O polietileno é produzido convencionalmente a partir de matérias-primas fósseis, como petróleo ou gás natural, e é encontrado em diversos produtos do dia a dia: embalagens de alimentos, cosméticos, bebidas, sacolas, entre outros. O plástico renovável, também conhecido como Polietileno renovável I’m green™ bio-based, é um plástico produzido a partir de uma matéria-prima renovável: o etanol da cana-de-açúcar brasileira. O Polietileno I’m green™ bio-based apresenta as mesmas características do polietileno petroquímico em aplicação, desempenho e, principalmente, na reciclagem.
I’m green™ bio-based é a marca criada pela Braskem que identifica os produtos de seu portfólio produzidos a partir de fontes renováveis. Para identificar os produtos que possuem o Polietileno I’m green™ bio-based em sua composição e ajudar o consumidor a reconhecê-los, a Braskem criou o logotipo I’m green™ bio-based.
A planta de Eteno Renovável está localizada no Polo Petroquímico de Triunfo, no estado do Rio Grande do Sul, na região sul do Brasil. Sua inauguração ocorreu em setembro de 2010, quando foi a primeira vez que o Polietileno I’m green™ bio-based foi fabricado em escala industrial. A capacidade da planta é de 260 mil toneladas/ano e o investimento total é de US$ 290 milhões.
ETANOL E CANA DE AÇÚCAR
Para produzir 260.000 toneladas de Polietileno I’m green™ bio-based, correspondente ao volume da capacidade total de produção da Braskem, são necessários aproximadamente 84.500 hectares de cana-de-açúcar, o que representa aproximadamente 0,025% do total de terras agricultáveis do Brasil. Este cálculo é feito considerando a produtividade média das plantações de cana-de-açúcar e das usinas produtoras de etanol no Brasil. Em um hectare é produzido aproximadamente 82,5 toneladas de cana-de-açúcar, que podem produzir 7.200 litros de etanol. Com esse volume de etanol, a Braskem produz 3 toneladas de eteno renovável, gerando cerca de 3 toneladas de Polietileno I’m green™ bio-based.
Cerca de 89%* da plantação de cana-de-açúcar utilizada na produção brasileira de etanol está concentrada na região Centro-Sul do Brasil, principalmente nos estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná e Mato Grosso. Os 11% restantes da cana-de-açúcar concentram-se principalmente na região Nordeste do Brasil. A região Centro-Sul está localizada a mais de 2.500 km da Amazônia. A expansão das áreas destinadas ao plantio de cana-de-açúcar é regida pelo Zoneamento Agroecológico da Cana-de-açúcar, aprovado em setembro de 2009, e exclui, entre outras áreas, os biomas Amazônia e Pantanal. É importante ressaltar que a Braskem não possui nenhuma plantação de cana-de-açúcar. O etanol utilizado na fabricação do Polietileno I’m green™ bio-based é adquirido de diversos fornecedores selecionados de acordo com o Programa de Compra Responsável de Etanol, que leva em consideração aspectos relacionados ao cumprimento da legislação brasileira e ao respeito ao meio ambiente e aos direitos humanos. *Fonte: Sugarcane Industry Association (UNICA): http://unica.com.br/
O Zoneamento Agroecológico da Cana-de-açúcar é um estudo do clima e dos solos das diversas regiões do Brasil que inovou ao considerar os aspectos ambientais, econômicos e sociais para coordenar a expansão sustentável da cultura da cana-de-açúcar e dos investimentos no setor. O conjunto de restrições relacionadas ao meio ambiente, economia, sociedade, riscos climáticos e condições do solo conduzido pelo ZAE Cana limita a expansão do cultivo da cana-de-açúcar a 7,5% da extensão territorial do Brasil (65,7 milhões de hectares). A proposta apresentada pela ZAE Cana foi aprovada a 17/09/2009. Em 2023 a área de plantio será de 8,3 milhões de hectares, segundo a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento).
A Lei 12.651, de 25 de maio de 2012, também conhecida como o novo "Código Florestal", estabelece regras gerais sobre a proteção da vegetação nativa, incluindo Áreas de Preservação Permanente, Reserva Legal e Áreas de Uso Restrito. Os produtores de etanol devem cumprir o Código Florestal Brasileiro, que possui três principais obrigações:
 
  1. CAR (Cadastro Ambiental Rural) - registro de informações georreferenciadas sobre uma propriedade rural, incluindo perímetros da propriedade, localização de Áreas de Preservação Permanente, Reserva Legal, Áreas de Uso Restrito e áreas de produção agrícola.
  2. APP (Áreas de Preservação Permanente) - Áreas de Preservação Permanente são áreas cobertas ou não por vegetação nativa, com o papel ambiental de preservar recursos hídricos, paisagens, estabilidade geológica, biodiversidade, fluxos genéticos para fauna e flora, proteger o solo e salvaguardar o bem-estar das populações humanas. Exemplos de APPs incluem zonas ripárias, nascentes, cumes de morros, encostas íngremes e manguezais.
  3. Reservas Legais (RLs) - Áreas localizadas em uma propriedade rural para proteger a vegetação e garantir o uso econômico sustentável dos recursos naturais da propriedade, apoiar a conservação e reabilitação de processos ecológicos, promover a conservação da biodiversidade e fornecer abrigo e proteção à vida selvagem e flora nativa. O tamanho de uma Reserva Legal varia de acordo com o bioma em que a propriedade está localizada, bem como sua zona de acordo com o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), se a propriedade estiver localizada na Amazônia Legal.
 

As principais doenças que ameaçam as plantas são tratadas por meio de controles biológicos e programas de melhoramento genético. Dessa forma, o uso de agrotóxicos nas plantações de cana-de-açúcar no Brasil é baixo e o uso de fungicidas é praticamente inexistente.
O bagaço é um coproduto da produção de açúcar e etanol. Rico em celulose, o bagaço é utilizado para abastecer caldeiras e gerar energia em substituição ao uso de gás ou outra fonte de energia não renovável. Essa energia alimenta a própria usina que se torna autossuficiente em energia e, quando sobra, é enviada à rede elétrica local e vendida para abastecer as cidades.
A queima da cana-de-açúcar, que é realizada antes da colheita manual, visa tornar mais segura a atividade de corte da cana-de-açúcar por meio da queima de sua palha. No entanto, a prática da queima causa sérios impactos na saúde pública e no meio ambiente. Implantar um sistema de colheita mecanizada é uma colução necessária para eliminar os danos causados pela queima da cana-de-açúcar.
O prazo para o fim da queima está previsto na legislação brasileira (Lei federal nº 12.651/2012). Adicionalmente, em 2007 foi lançado voluntariamente o Protocolo Agroindustrial do Estado de São Paulo, que estabeleceu metas mais restritivas do que a lei. As usinas signatárias deste protocolo se comprometem a antecipar os prazos de cessação de queimadas na legislação. Nas áreas mecanizadas, o prazo era de 2014 a 2021, enquanto nas áreas consideradas não mecanizáveis pela tecnologia atual, o prazo é de 2017 a 2031. Em 2022, cerca de 99,2%, de todo o etanol produzido no estado de São Paulo, o maior estado produtor brasileiro, foi colhido com mecanização. No Programa de Compra Responsável de Etanol da Braskem, reforçamos a proibição da queima da cana-de-açúcar como estabelecido na legislação federal.
A Braskem mantém um Programa de aquisição de etanol de fornecedores cujo cultivo de cana-de-açúcar é conduzido de acordo com a legislação brasileira e as normas trabalhistas estabelecidas pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), sujeitas a fiscalizações periódicas do governo. A Braskem possui o Programa de Compra Responsável de Etanol, que faz parte do Programa "National Commitment to Social Assistance".
CANA DE AÇÚCAR E ETANOL VS. PRODUÇÃO DE ALIMENTOS
O Brasil tem hoje 330 milhões* de hectares de terras agricultáveis, dos quais 52% são destinados à pecuária, 26% permanecem ociosos e 22% são destinados à agricultura. Apenas 1,4%* de todas as terras agricultáveis no Brasil são destinadas à produção de etanol, e o consumo de etanol para a produção do Polietileno I’m green™ bio-based representa cerca de 1,7% da produção total de etanol, ou 0,02% das terras agricultáveis do Brasil. A existência de terras disponíveis, aliada a uma possível intensificação da pecuária, faz do Brasil um país com espaço para a expansão da agricultura. O uso da terra para a produção de outros produtos que não alimentos, mesmo em um cenário muito otimista para o crescimento da produção de químicos de fontes renováveis, deve continuar representando uma pequena porcentagem do total de terras disponíveis. Especificamente em relação ao manejo de terras para a produção de cana-de-açúcar, no estado de São Paulo, onde se planta 50%* da cana-de-açúcar do país, as leguminosas são utilizadas para fixar nitrogênio no solo durante a rotação de culturas. Assim, 15% a 20% das áreas produtoras de cana-de-açúcar são destinadas ao cultivo de soja, feijão e amendoim, abastecendo o mercado de alimentos. Para mais detalhes, acesse o site da Associação da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) at www.unica.com.br

*Fonte: IBGE, Conab e UNICA. Dados compilados por ICONE e Unica.
PROGRAMA DE COMPRA RESPONSÁVEL DO ETANOL
Alinhada aos produtos de origem renovável da marca I’m green™ bio-based, a Braskem desenvolveu em 2016 o Programa de Compra Responsável de Etanol (PCRE), com o objetivo de promovera sustentabilidade de sua cadeia. Em 2022, foi realizada uma revisão abrangente do Programa, com o objetivo de trazer maior robustez aos temas mudanças climáticas, biodiversidade e direitos humanos. A reformulação do Programa foi realizada em parceria com a consultoria Imaflora e está alinhada aos Princípios de Credibilidade do International Social and Environmental Accreditation and Labelling Alliance (ISEAL Alliance).
O programa tem como princípio básico a melhoria contínua da cadeia produtiva, o respeito às leis brasileiras e é inspirado nas boas práticas descritas em protocolos, certificações e programas de referência para o setor, como a Bonsucro.
O PCRE aborda temas como: integridade nos negócios, meio ambiente, trabalhadores e comunidades e gestão de fornecedores de cana-de-açúcar. Você pode acessá-lo e saber um pouco mais clicando no link: https://www.braskem.com.br/portal/imgreen/arquivos/catalogos/Compra%20Respons%C3%A1vel%20de%20Etanol.pdf
Todos os novos fornecedores de etanol aceitam e assinam nosso código geral de conduta para terceiros e passam por um processo de Due Diligence e monitoramento de terceiros que identifica, com base em fontes públicas, possíveis sinais de alerta de (i) sanções, (ii) ações judiciais, (iii) mídia, ou (iv) investigação do Ministério do Trabalho sobre trabalho escravo e infantil.
O PCRE possui uma auditoria realizada por terceira parte, com periodicidade anual. As auditorias são realizadas de forma amostral por representação de volume (80% do volume do ano anterior à auditoria), mas priorizando fornecedores menos maduros (por exemplo, sem certificação Bonsucro, que apresentaram planos de adequação em anos anteriores etc.)
Nosso Programa de Compra Responsável de Etanol acaba de ser revisado e o checklist de auditoria foi aprimorado para torná-lo ainda mais rígido no que diz respeito aos requisitos de conformidade (contrato de trabalho, jornada de trabalho, pagamento de salário, liberdade de associação, proibição de discriminação, mecanismos/canais de reclamação, treinamento, proibição do trabalho infantil, condições de trabalho).
Além dos critérios sociais acima mencionados, que são auditados in loco, também exigimos de nossos fornecedores que tenham um processo de gestão de fornecedores estabelecido, que busca resguardar nossa cadeia de valor upstream além do tier 1 (fazendas de cana-de-açúcar). Também monitoramos a implementação desses programas em sua cadeia de valor.
Bonsucro é a principal plataforma global de sustentabilidade e padrão para cana-de-açúcar. Com mais de 270 membros de mais de 50 países, tem o objetivo de enfrentar os desafios críticos no setor de cana-de-açúcar e impulsionar o desempenho e o impacto por meio de sistema de padrões de sustentabilidade. Atua em todos os produtos e derivados da cana-de-açúcar – açúcar, etanol, melaço e bagaço em setores tradicionais e mais novos do mercado, desde açúcar e álcool até biocombustíveis e bioplásticos.
*Fonte: Bonsucro ( https://bonsucro.com/ )
A ISEAL Alliance representa o movimento de padrões de sustentabilidade credíveis e inovadores. A missão da ISEAL é fortalecer os padrões de sustentabilidade para o benefício das pessoas e do meio ambiente.
*Fonte: ISEAL Alliance ( https://www.isealalliance.org/get-involved/resources/iseal-guidance-chain-custody-models-and-definitions )